Após segunda queda mensal, BYD perde liderança para SAIC na China, tem lucro 32,6% menor, ações em baixa, e precisa manter ritmo de 450.000 emplacamentos por mês
A BYD enfrenta uma desaceleração que já altera o mapa do mercado automotivo chinês, com impacto em preço das ações e nos resultados financeiros.
Em outubro, a fabricante registrou recuo nas vendas e acabou superada pela estatal SAIC, enquanto rivais aproveitam a abertura para avançar nas vendas de elétricos e híbridos.
Os dados mais recentes mostram números que complicam a meta anual da BYD, exigindo ritmo elevado até dezembro para fechar a conta, conforme informação divulgada pela Quatro Rodas.
Queda nas vendas e perda da liderança
Em outubro, a BYD emplacou 441.706 veículos vendidos, um recuo de 12% ante o mesmo mês do ano passado, volume que não foi suficiente para manter a liderança local.
A rival estatal SAIC ficou à frente em outubro, com 453.978 unidades, assumindo o topo do ranking do mercado chinês, e mostrando como a disputa por participação segue acirrada.
Impacto financeiro imediato
As reações do mercado foram rápidas, as ações da BYD caíram 1,9% nas negociações em Hong Kong, atingindo o valor de HK$ 98,70, o patamar mais baixo desde 5 de fevereiro.
No trimestre, o lucro da BYD caiu 32,6% para 7,8 bilhões de yuans, e a receita recuou 3,1% para 195 bilhões de yuans, interrompendo uma sequência de cinco anos de alta no faturamento.
Estratégia de preços e pressão regulatória
Analistas apontam que a repressão de reguladores chineses sobre descontos agressivos, que vinham sendo usados para ganhar participação, limitou a capacidade da BYD de acelerar vendas por preço.
Sem a alavanca dos descontos, a rentabilidade ficou sob pressão, contribuindo para a segunda queda trimestral consecutiva nos lucros, e forçando ajustes na estratégia comercial.
Meta anual, ritmo necessário e avanço dos concorrentes
No acumulado do ano, a BYD soma 3,7 milhões de veículos vendidos, diante de uma meta de 4,6 milhões. Para atingir o objetivo, precisaria manter uma média de 450.000 emplacamentos por mês até o fim do período considerado.
Enquanto a BYD enfrenta dificuldades, concorrentes crescem, a Geely destacou-se com 307.000 carros vendidos, alta de 35,5%, e a Changan registrou 182.000 veículos, avanço de 7,9%. A Chery teve 272.000 carros vendidos, alta de 9,3%.
A Geely, beneficiada pela eletrificação, teve alta de 64% nas vendas de elétricos e híbridos plug-in, com o EX2, ou Xingyuan, responsável por parte desse Desempenho, somando 387.590 unidades desde janeiro.
O cenário indica que, embora a Bloomberg Intelligence veja a meta anual ainda alcançável com manutenção do ritmo operacional, a BYD terá de acelerar entregas e ajustar preços, enquanto rivais aproveitam a janela para ganhar espaço no acirrado mercado chinês.
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