Crise dos chips se agrava com intervenção do governo holandês na Nexperia, suspensão de exportações para a Wingtech Technolog e paradas em linhas como VW Golf, Tiguan e Tayron
A Crise dos chips volta a pressionar a indústria automotiva global em um momento sensível, em que os modelos mais novos chegam às lojas com “mais de 1.000 chips embarcados”. Com a crescente eletrificação e a sofisticação dos sistemas de Segurança e conectividade, qualquer ruptura na cadeia de semicondutores tem potencial para interromper linhas de montagem, alongar prazos de entrega e encarecer custos.
- Crise dos chips se agrava com intervenção do governo holandês na Nexperia, suspensão de exportações para a Wingtech Technolog e paradas em linhas como VW Golf, Tiguan e Tayron
- O que desencadeou o impasse entre Holanda e China
- Efeito cascata nas montadoras e linhas de montagem
- O que esperar da cadeia de semicondutores nas próximas semanas
No centro do novo impasse estão Holanda e China, em torno da atuação da Nexperia, fabricante de semicondutores com sede holandesa e administrada desde 2010 pelo grupo chinês Wingtech Technolog. A tensão geopolítica ganhou força e trouxe efeitos imediatos para montadoras como Volkswagen, Stellantis, BMW e Mercedes-Benz, reacendendo o alerta para uma Crise dos chips de impacto amplo.
O que desencadeou o impasse entre Holanda e China
Segundo as informações disponíveis, a Nexperia é administrada pela chinesa Wingtech Technolog desde 2010. Com a marca chinesa passando a ocupar lugar significativo na lista negra dos Estados Unidos, o governo holandês cedeu à pressão americana e no último dia 30 de setembro evocou lei que devolve a Haia influência direta em decisões econômicas e industriais da companhia.
Com a medida, a Nexperia vetou a influência dos acionistas chineses. Em resposta, a Wingtech Technolog bloqueou toda a comunicação entre as marcas e, na prática, “suspendeu a exportação de chips holandeses para a Wingtech Technolog”. O efeito imediato foi desacelerar o fluxo de componentes essenciais e, por consequência, criar mais um gargalo na já pressionada cadeia de semicondutores.
Efeito cascata nas montadoras e linhas de montagem
A Nexperia é apontada como uma das maiores fabricantes de semicondutores do mundo e, de acordo com o material de referência, “ela representa cerca de 40% do mercado global de chips”. Esses dispositivos estão em praticamente todas as áreas do automóvel moderno, do motor aos sistemas de segurança e à tecnologia embarcada. Sem eles, simplesmente “a ausência dos chips nos carros impede todo o funcionamento elétrico do carro”.
O ambiente de incerteza piorou quando a empresa informou que “a produção está comprometida e que não é possível garantir as entregas e prazos anteriores estipulados para montadoras como Volkswagen e Stellantis”. Diante dessa realidade, a Crise dos chips volta a pressionar cronogramas, mix de versões e disponibilidade nas redes de concessionárias, com potencial reflexo nos preços e no tempo de espera dos pedidos.
Na Europa, os sinais de tensão são mais visíveis. De acordo com as informações, “a Europa foi uma das mais afetadas”. As alemãs Volkswagen e BMW já acionaram planos de contingência, enquanto a Mercedes-Benz avisou que, apesar do estoque momentaneamente abastecido, a situação é complexa e exige monitoramento constante. Em alguns casos, houve paralisações pontuais de produção: modelos como VW Golf, VW Tiguan e VW Tayron foram citados com produção suspensa.
O que esperar da cadeia de semicondutores nas próximas semanas
Os desdobramentos do confronto diplomático indicam que a Crise dos chips permanecerá no radar enquanto não houver entendimento entre Holanda e China. Segundo o relato, “enquanto a Holanda e China permanecerem em conflito diplomático a indústria automotiva sofrerá com escassez de semicondutores, que são matérias primas indispensáveis para a confecção de chips que hoje são cruciais para a montagem de qualquer veículo”.
Para as montadoras, a resposta imediata tende a incluir realocação de componentes entre fábricas, priorização de versões com maior volume e margem, e ajustes finos de calendário. Ao consumidor, isso pode se refletir em mudanças na disponibilidade de versões e prazos de entrega mais longos em alguns mercados, especialmente na Europa, epicentro das interrupções descritas.
Num cenário em que os carros dependem de “mais de 1.000 chips embarcados”, a recomposição do fornecimento passa por decisões políticas e por acordos empresariais. Até lá, a Crise dos chips seguirá como vetor de incerteza para o setor, lembrando que semicondutores são o coração da mobilidade moderna e que qualquer ruptura, por menor que pareça, pode travar toda a operação de uma linha de montagem.
Em resumo, o novo capítulo entre Nexperia e Wingtech Technolog torna a Crise dos chips mais aguda, pressionando fornecedores, montadoras e consumidores. O desfecho do embate diplomático, somado à capacidade de adaptação da cadeia de semicondutores, dirá o tamanho do impacto sobre as entregas e a Produção de veículos nas próximas semanas.
- Salão do Automóvel: Stellantis anuncia Ram Dakota e estreia da Leapmotor
- Conectividade automotiva Brasil 2025: como carros conectados, infotenimento e atualizações OTA vão alterar custos, segurança e privacidade do motorista
- Produção de veículos no Brasil segue normal, mas acende sinal amarelo com falta de chips e impacto da Nexperia
- China autoriza exportação de chips automotivos da Nexperia após risco de paralisação global de montadoras








